domingo, 8 de junho de 2014

VERDADES, MENTIRAS


Saiba,


tudo o que eu falar

pode ser mentira.

a verdade é tua
a fala é minha
quem irá se importar?
a minha mentira
a tua verdade
vem do mesmo lugar...


sexta-feira, 6 de junho de 2014

quinta-feira, 5 de junho de 2014

ESSÊNCIA



Transbordaram palavras alheias... mais do que as
minhas. Vazei reticências por não saber completá-las! Fitei o vazio... permite o silêncio e assim me fiz infinita. Encontrei teus olhos nos meus - distancias interpenetradas, inexistentes - num átimo de segundo. Meu mundo naquele instante: alterado.

Referências perdidas, vidas atrás de outras vidas, e eu já não mais existia, não habitava o que sou; outro tempo me tomou de assalto. Reconhecimento de portais entreabertos, vazando sincronicidades. Saudades do que não sei, ocaso olvidado e querido, véus.

Mas o fato, o concreto, se alojou neste corpo alerta, ciente. Minha verdade não me salva, ela me alerta. Minha alma se põe em antigas vestes, em outro tempo, cabelos longos, um quente vento, no xale envolta. Mas você é presente. Entrelaçam-se as palavras, as reticências, o reconhecimento.

Daquele vento e tempo, não mais notícia. Destes teus olhos, marca de gado em minha alma, a consciência. Mil vidas passam, e nos entreolhamos. No antes e agora, a mesma essência.

O QUE NOS FALTA ou COMO NÓS SOMOS RIDÍCULOS

Diariamente pego meu filho na escola de carro, vindo do trabalho. Ruas de bairro, antes tranquilas, hoje são tomadas por congestionamentos cansativos, devido aos novos prédios que a prefeitura aprova, aumentando o contingente de moradores locais. Dizem que o progresso é inexorável, e até concordo, mas  sempre acho que ele deveria vir junto com uma boa dose de educação.
Me explico: as pessoas não se respeitam mais. Realmente somos a geração ‘do próprio umbigo’. Como numa selva, ou num destes ‘reality show’, é cada um por si, Deus por todos. Por este motivo, hoje eu usei um item aposentado em meu carro: a buzina. Meu filho até se assustou...
Da primeira vez, ao virar a esquina numa rua de duas mãos, sempre movimentada por dar acesso a um cruzamento importante. Havia três carros á minha frente, parados, e na mão contrária, uma senhora com o carro parado em frente a própria garagem, saindo, aos berros, do veículo. Sem visão nenhuma, pensei que houvera colisão, quando percebi que estávamos parados ali para que ela brigasse com o motorista do carro que não lhe deixara sair de casa. Evidente que o apressado motorista que vinha na minha mão preferira tentar passar rapidamente, sem esperar meio segundo para que a moradora saísse de sua casa. Ele estava errado. Mas quando a mulher desceu do carro para bater boca, parando o tráfego nos dois sentidos, ela perdeu a razão. E então eu buzinei, acompanhada por uma sinfonia. Eles saíram do meio, e para meu espanto, a rua estava toda livre. Eles haviam causado todo aquele transtorno devido aos egos inflados!
Segui em frente, cruzei a avenida e entrei no meu bairro. Logo nos primeiros quinze metros escutei a buzina do carro a frente. Pais parando em frente á escolinha dos filhos em mão dupla, numa rua onde mal passam os dois carros. Fui adiante; virei a esquina, e uma madame em seu carrão brecou no meio da rua, para comprar frutas de um vendedor ambulante. Parei eu, o carro que vinha virando atrás – quase batendo em minha traseira - e  outro que já virava a rua. A dondoca já baixava o vidro, para realizar as compras, quando eu usei, de novo, a buzina. Ela não se mexeu... usei novamente, amparada pelos outros carros. Ela então encostou o carro, e, ao invés de xingá-la, gritei: respeito com o próximo!!!


E é isto o que falta: respeito com o próximo, delicadeza com aquele com quem compartilhamos a rua, a calçada, o mercado... pessoas correndo para passar na frente de outras na fila, mesmo vendo que a pessoa já estavam se dirigindo para lá, como moleques. Escutei numa palestra de Dulce Magalhães, no sábado: “como nós somos ridículos!”. Assino embaixo. Somos mesmo. E selvagens. Fommm!!

Blog Palavra Prima, é para lá que eu vou

Quem chega aqui deve perceber que as postagens estão cada vez mais escassas. O motivo real é a criação, há mais de dois anos, de outro blog,...