Quem chega aqui deve perceber que as postagens estão cada vez mais escassas. O motivo real é a criação, há mais de dois anos, de outro blog, na plataforma Wordpress.
Lá consigo separar minhas publicações por temas: poesia, prosa, crõnicas, etc, e fica mais fácil para o leitor, e acabei, aos poucos, deixando o Ponto Contos, ativo desde 2010, de lado.
Por esta razão, quem quiser continuar acompanhando minhas criações literárias, em vários gêneros, de agora em diante, siga-me em www.anaclaudiamarques.wordpress.com ok?
Te espero por lá!
Ponto Contos & Poemas
Aqui vou desabafando, desovando, desopilando, enfim, vou me publicando.
sexta-feira, 8 de dezembro de 2017
quinta-feira, 2 de novembro de 2017
Vai uma maçã aí?
E nós, as Evas do mundo, como seríamos definidas se a
primeira Eva não tivesse oferecido a maçã para Adão? Me recordo também que
existem algumas histórias sobre outra mulher antes de Eva: Lilith. Me pego
imaginando se Lilith não tivesse, segundo algumas histórias, se
rebelado contra a subserviência a Adão. Eva sequer teria a necessidade de ser
criada, e a história seria outra.
Analisando tudo, chego a conclusão que as mulheres não
foram criadas para darem certo aos olhos dos homens, pois tanto a primeira
quanto a segunda não ligavam a mínima para o que eles pediam, diziam ou
achavam. Lilith, sendo criada da mesma forma que Adão, simplesmente o alertou
que não adiantava ‘cantar de galo’ pra cima dela. Todo Poderoso veio, ralhou
com ela, e de nada adiantou, pois Lilith abandonou Adão. Acho que foi o
primeiro divórcio da história.
Imagino que deve ter havido um conchavo entre os dois
homens, Todo Poderoso e Adão, e resolveram que seria melhor criar Eva.
Subserviente, pensaram, iria adorar obedecer ordens, passear no paraíso com
Adão... Mas não! Na primeira oportunidade desobedeceu o Todo Poderoso e enganou
Adão (que não devia ser grande coisa, pensando bem, pois não conseguia impor
respeito nem dentro de casa...). e aí todo mundo já sabe: foram expulsos do
paraíso, etc e tal.
Lilith era sedutora; Eva era pecadora. Mulher nasceu
para subverter a ordem, então! Se não houvesse a maçã, o fruto da árvore da
Sabedoria, haveria outra coisa, com certeza. Mulher nunca se deu bem no
paraíso, a meu ver. Tudo organizado, um lugar para cada coisa, uma coisa para
cada lugar, sem poder mudar a decoração, criar nada de novo... não é a toa que Eva
logo deu um jeito de sair dali. Aliás, dizem as más línguas que a serpente era
a mesma Lilith, que convenceu Eva, provavelmente contando a história pregressa
de Adão, e como era o regime de governo no paraíso.
Agora, se Eva ofereceu a maçã para Adão, ele aceitou.
Afinal, ela não coagiu Adão a comer. E ele também sabia o que estava fazendo,
portanto, só pode ser culpado pela falta de iniciativa, presente na mulher.
Subserviente era ele, isso sim... tanto ao pai quanto á mulher. Afe, que imagem
deprimente a desse Adão...
Acho mesmo é que o Todo Poderoso já sabia das
fraquezas e caráter dos dois – aliás, três – e como bom roteirista, tinha que
colocar algum ponto de virada na narrativa, caso contrário não teria cena para
a novela da criação no dia seguinte... afinal, quem sabe de tudo deveria saber
qual seria a reação ao dizer “não pode” para uma mulher...
Onipotente
Não importa o tempo
Tampouco o onde.
O que me faz bem
É poder ter silêncio.
A alma se aquieta,
Se refaz, expande,
E outra realidade
Se faz descoberta.
A casa dorme,
Insetos soltam seus agudos,
Na mata adentro.
O sol vem, tímido,
Também em silêncio,
Deixando que o
Vento gelado
Continue me abraçando.
Poderia estar em qualquer lugar.
Poderia ser noite,
Não o princípio de um dia.
Mas se não fosse eu
A observar,
Tudo a minha volta
Nada seria.
Decidida
Antes, bem antes, eu
nada decidia. Você sabe, não é? Quando eu andava em sombras, e achava que a
minha vida e minha felicidade dependiam dos outros, eram moldadas por seus
atos, críticas e comentários, vontades e desvontades.
Antes, bem antes, eu
nada decidia. Quem me viu sabe. Quando meu corpo me largou, me dizendo:
dane-se, sirva aos outros, se puder. E eu não pude. Simplesmente não pude,
porque o corpo me faltava. O corpo, instrumento de precisão e de prazer, de
desgosto e exaustão, ele me faltou, para que eu aprendesse quem é que
importava.
Antes, bem antes, eu
não sabia o que era sonhar meus sonhos. Aluguei sonhos alheios, por tão longa
temporada que os pensei meus. Aluguei-os por tão longa temporada, que podiam me
chamar por outros nomes, e em outras línguas, e eu atenderia.
Mas hoje, hoje sou uma
mulher de escolhas. Começou com uma bem simples: querer viver ou querer morrer.
Preferi tentar viver, porque morta, percebi, eu já estava, e não era divertido,
trazia dor na alma e no corpo. Também declarei minha total incompetência para o
masoquismo. A segunda escolha foi mais difícil: sonhar ou não sonhar. Afinal,
sonhar requeria uma prática que eu não tinha. Resolvi sonhar, já havia pago a
minha cota por alugar sonhos alheios e tentar fazê-los meus.
E o que começou a se
desenhar no abstrato, interpenetrou o meu mundo concreto, real. Comecei a
reconhecer o incômodo nos olhos das pessoas que me cercavam. Eu havia sido
abduzida, ou algo assim? Onde estava a mansidão da ovelha, a obediência, a
afabilidade? Perdeu-se em algum lugar, junto com a necessidade quase que
irracional que eu tinha, como tantas outras, de ser alguém só ao lado de um
outro alguém. Hoje me basto sozinha, e só aceito comigo quem me acrescente.
Hoje escolhi viver,
redescobri meu próprio nome, minhas palavras prediletas, a minha melhor
companhia, e a quem eu devia amar acima de todas as coisas. Ah, e para quem me
perguntar a quem eu devo amar, resposta simples: a mim mesma. Foi assim que me
reaprendi, e hoje minhas pernas me levam aonde eu preciso ir, minhas mãos
agarram o que querem, e meus sonhos são só uma etapa para a realidade.
Plenitude
Quando nascemos a situação se
apresenta,
De maneira sutil, mas inconteste:
A que viemos, porque vivemos?
E na procura da fundamental resposta
Crescemos, poucas vezes nos
escutando,
Pela bússola de outrem nos guiando,
Tentando agradar a todo ser vivente.
Lá pelas tantas, no meio da vida, às
vezes antes,
Sinaleiros nos acordam,
Pedindo-nos sincera rota
Que nos leve, finalmente de volta,
aos portais de nossa alma.
Nestas sendas em que recomeçamos
Passo a passo, como crianças,
Percebemo-nos renascidos,
Mais leves e motivados,
Pois estamos conectados
Com o que antes era só olvido.
E então, num dia qualquer,
Descobrimos esta verdade:
Quando nascemos para sermos plenos em
nós mesmos,
caminhos se abrem onde antes nada
havia,
luz se faz onde antes penumbra
existia.
Quando nascemos para crermos em algo
maior do que nós mesmos,
exulta o espírito quando escuta o
primeiro acorde
de um sacro hino;
vertem lágrimas dos olhos, refletindo
somente
a entrega da alma.
e sobre nós desce, inconteste,
certeza, júbilo e calma.
Sádico
Me conte, agora, de toda a dor que sentes.
Sim, da dor que
sentes ao me ter longe de ti. Isto, sangre tuas palavras, juras de amor
inconteste, enquanto eu me banho neste teu sofrimento, jubilosa por ser a
causadora dele. Má? Não, somente feliz por merecer ter o teu pensamento, teu
corpo, teu tudo.
Tu
estás errado, sabes? Se dar, assim, sem pensar em si mesmo. Mas quem sou eu
para te dar conselhos, se sou eu mesma a te furar com a faca... não te queria
ver assim, tão anulado, mas já que vens até mim, aprenderás com meu egoísmo
sadio, que amor bom é aquele que preserva o vivente. Se te amo? Claro, e como! Mas
preciso antes saber o que queres de mim, para que possa fazer a minha entrega.
Não como tu, que não sabes onde estás te metendo, e já te dás inteiro, a mim,
que de tonta nada tenho. Não.
Entregar-me-ei
quando estiver certa de que nosso amor não me fará parar de verter o rio de
poesia, os risos de meus lábios, a alegria suave que meus dias tem. Se meus
olhos se nublarem por ti, ai, já vou-me. Sabes agora, não engano a ninguém.
Aprenda:
a única entrega completa que farei é para mim mesma.
Sempre.
Subterfúgios
Me dói saber que não encontro eco em ti. Me sinto com frio.
Falta de abraço. Falto de teu laço, de teu jeito, de te amor em mim. Teu
silêncio não é aceite, é buraco. Teu silêncio não é palavra, é negação. Sinto
que tu te afastas. Medo? Raiva? Largaste já meu coração? Pois então porque
sinto ainda o aperto nele, comprimido por tua mão?
Ah! Que queres de mim? Que te conte tudo, dos sentimentos,
dos pormenores, da angústia no meu peito? Assim tu foges mais depressa. Não,
vou te enganando com belas palavras, canções mornas, que não te amedrontem.
Bruxa velha querendo comer criancinhas... não me deixes assim, num monólogo. Tu
sabes que machuca, não é? Que faço com esta vontade de me abraçar até apertar
tudo, vísceras, músculos e alma, para ver se passa a dor profunda que me
atravessa?
Queria o teu cheiro perfumado, tua pele boa, teu amor
guardado... mas só tenho o nada, o vento, ideal emprestado. Me ame, me chame,
me diga claramente o que quer. Eu então te direi, que só quero ser tua mulher.
Enquanto vierdes com silêncios e subterfúgios, nada posso te dar. Quando
vierdes com certezas, posso, enfim, me revelar...
Silêncio e Palavra
Há silêncios que falam, e palavras que
calam. Antes de tudo vir a ser, antes de tudo, o Silêncio. Nele, não o Nada,
mas o estado latente das coisas. Não o impensado, mas o projeto todo, ainda não
manifesto. Um frêmito no universo, que ainda nem nome tinha. Era somente verso,
onde o tudo era nada; não havia unidade, porque ainda não havia a separação.
Amálgama de forças díspares, congruência entre ação e inércia: equilíbrio.
E então, deste frêmito,
o Verbo: a Palavra, vibração que percorreu o nada e ativou a ação. O silêncio,
que antes falava da criação, deu vez a Palavra, que anteviu a forma. Semente de
cada partícula, de cada cor, cada ser, a Palavra trouxe com ela a forma, as
cores, pesos e medidas, odores e sensações. Trouxe a luz, e juntamente a queda.
Trouxe a disparidade, para que se conhecesse a unidade. A Palavra não veio para
trazer a paz, mas para que tomássemos conhecimento dela, através da guerra.
Entre o Silêncio e a
Palavra, a intenção. A intenção é o segredo, e o código de mil letras, sons
ancestrais que nos levam, enfim à Palavra primordial, e esta, tocada em seu
íntimo, nos joga ao Silêncio inicial. Mas o Silêncio, assim como a Palavra, não
é paz, porque os dois compartilham da mesma essência. A intenção, sim, como
seta que vai ao alvo, traz a calmaria que nos completa, a intenção, sim, traduzida
em ação, é a paz em si mesma. Enquanto ebulirem pensamentos, não há paz, pois silêncio
e verbo tentam, em vão, coabitar em nós. Quando a intenção torna-se ação, não
há mais tensão entre Silêncio e Palavra. Há a conjunção de semente, energia
latente, com a terra, criadora fecunda, e chuva, carreadora de intenção do Ser.
sábado, 12 de março de 2016
RESENHA SOBRE MEU LIVRO NO BLOG PROSA ENCANTADA
Confiram que resenha linda da minha amiga e escritora Ana Lucia Santana sobre meu livro, em seu blog http://prosaencantada.blogspot.com.br/2015/12/o-poente-o-poetico-e-o-perdido.html?m=1
Um trechinho aqui:
Sua poética tem a fluência e a malemolência de quem, além da poesia, também se dedica à música. A poeta e a compositora se aliam na tessitura do ritmo e da melodia. Esse encontro das várias Anas transparece em poemas como Porcelana Chinesa - a amante da cultura oriental, a pintora, a cantora, a mulher de longa trajetória existencial.
Aliás, a passagem da autora pelo Japão está impressa em sua poesia e ganha um espaço particular nas poesias Símbolo eJapão, assim como nos poemas escritos entre 1994 e 1995, alinhados, neste livro, no segmento intitulado Oriental. Nessa etapa, a autora, mais que nunca, parece buscar sua própria identidade, num processo de desconstrução e renovação. Essa experiência está latente na série de poemas Nihon.
TERESA E UMA SEPARAÇÃO
Teresa
estava no centro da cidade. Resolveu entrar numa pequena lanchonete para fazer
um lanche. Sentada numa mesinha longe da porta, de costas para o movimento da
rua, vira-se quando escuta uma voz conhecida chamar seu nome.
-Ora, é
você mesma! Bem que te reconheci, você parece que não muda! – falou a moça
sorridente, atitude prenunciando um abraço.
- ah,
Betina, que coincidência boa! O que faz aqui no centro? Eu vim atrás de
tecidos, e você?
- ih,
Teresa, vim atrás de material escolar mais barato para os meninos. Aconteceu
tanta coisa nestes últimos meses. Silvio me deixou sozinha com os meninos.
Estou me virando só com as aulas que dou, um ou outro bolo de aniversário que
encomendam.
- Betina,
sinto muito. Mas vocês não estavam bem? A última vez que os vi estavam bem,
apesar que já fazem uns dois anos, acho. Quer conversar um pouco, sente aqui
comigo, não quer pedir um lanche também?
Betina
sentou-se de frente para Teresa, o atendente se aproximou, ela pediu seu lanche
e um suco, e recomeçou a falar.
- Eu não
percebi de início, mas ele estava ficando mais calado. Eu estava preocupada com
ele. Caprichava no jantar, tentava saber o que era, mas ele não me dizia nada.
Então um dia, sem justificar nada, me aparece com uma mala pronta, vindo do
nosso quarto, e falou para mim e para os meninos que estava indo embora de
casa.
- hum...
e você?
- pedi
para ele explicar o que estava acontecendo, eu e os meninos não estávamos
entendendo nada. Pedi para ele ficar e conversarmos, mas não adiantou. Começou
a me atacar verbalmente, que a culpa era minha, que não me aguentava mais... –
Betina baixou o olhar, olhou para as próprias mãos, nervosamente entrelaçadas –
e se foi.
- sinto
muito pelo acontecido... e os meninos, como estão?
- eles
também não entenderam nada. No final de semana seguinte ele veio vê-los, mas
não me dirigiu a palavra. Não sei o que fiz para ele. Larguei meu trabalho de
administradora de empresa para cuidar dos meninos como ele queria; cuidava
dele, das crianças, da casa, comida, roupas... Até dois anos atrás eu nem
trabalhava! Se não fossem as aulas que peguei para dar e os bolos que faço, não
sei como estaria me arranjando.
- espera
aí, ele não está pagando pensão para os garotos?
-
acredita que não? Pior do que isso, fiquei sabendo por amigos comuns que ele
juntou-se com uma outra mulher. Consegui falar com ela, e ela me contou que ele
disse a ela que era separado. Estava com ela há quase dois anos...
- e você
não vai fazer nada, Betina?
- na
verdade eu já fiz. Coloquei um processo para que ele pague a pensão dos
garotos. Mas estou me sentindo tão culpada, Teresa!
- culpada
por que? Vamos lá, me diga.
- ele diz
que saiu de casa por minha causa, mas nunca me disse o porquê... ele vai ficar
muito bravo quando souber que eu fiz isso. Agora ele deu de falar para os
meninos e para amigos que fui eu que o coloquei para fora de casa!
- então
vamos fazer o seguinte? Vamos olhar para a situação com racionalidade.
Primeiro, teus filhos viram ele saindo pela porta afora sem motivos. Este é o
ponto um.
- Certo.
-
segundo, o fato dele não querer mais estar com você não significa que ele possa
abdicar da paternidade. E mais ainda: ele tem que entender que com esta
atitude, prejudica os garotos não só materialmente, mas também emocionalmente,
pois não vão se sentir amados por ele.
- sim, eu
não havia pensado nisso, juro!
-
terceiro: perceba que quando a pessoa sabe que está errada e não tem maturidade
para assumir os seus atos, ele tem que arranjar algum culpado.
- é ...no
caso ele diz que sou eu que o coloquei para fora, e não ele que saiu pela porta
afora!
- viu?
Outra atitude que ele deve ter tido: arranjar justificativas para o que fez. No
caso dele, ao invés de admitir que está largando a família porque está
apaixonado por outra (o que é humanamente possível, perdoável, ninguém tem a
obrigação de viver com quem não tem mais nada), ele resolveu dizer que o
problema era com você.
-
verdade!
-agora me
diga, você está se sentindo culpada por qual motivo mesmo?
-nenhum! –
Betina sorriu, semblante relaxado – ele pode se apaixonar, viver a vida dele,
eu vivo a minha. Vou trabalhar, tentar voltar para minha antiga profissão, mas
ele não pode fugir das responsabilidades de pai dele, nem detonar
emocionalmente os meninos!
-
perfeito!- Teresa bateu palmas. – e lembre-se: não se curve diante do vitimismo
dele. Vai querer te manipular. Se isto ocorrer, peça um mediador público, para
que este possa guiar a conversa de vocês de forma tranquila.
- Teresa,
encontrar você hoje foi a melhor coisa que podia me acontecer!
Teresa
sorriu, deu a mão para a amiga por cima da mesa, e falou com ternura:
- a gente
está neste mundo para ajudar. Fico feliz por termos nos encontrado também.
sábado, 13 de fevereiro de 2016
RESENHA SOBRE MEU LIVRO NO BLOG EMBUSTEIRO VIAJANTE
Emerson Braga é um amigo de letras especial. Escreve bem demais, e me surpreendeu com uma bela resenha sobre o meu livro no seu blog Embusteiro Viajante. Confira aqui o que ele diz, e visite o blog.
http://embusteiroviajante.jimdo.com/
O POENTE, O POÉTICO E O PERDIDO
Partida e chegada nos parecem palavras antônimas, não é mesmo? Porém, na antologia poética da talentosa escritora Ana Cláudia Marques ― o livro O poente, o poético e o perdido ― os dois vocábulos se complementam, interagem em uma simbiose alimentada por pranto e riso: Deslocamento no tempo e no espaço que mistura as lembranças da autora às nossas próprias reminiscências.
Ana Cláudia nos apresenta versos que trazem a marca intimista dos diários secretos, das verdades inconfessas que guardamos sob o sorriso social que tantas vezes disfarça e negligencia o que por dentro corre caudaloso. Muitas vezes, a superfície calma esconde tormentas, tremores, ressacas. O que não impede belíssimos dias de sol em tantos de seus poemas.
De todos os gêneros literários que a poeta poderia ter se valido para relatar suas vivências, sem dúvida a poesia foi o veículo mais acertado. Apenas a poesia é capaz de nos trazer o perfume das flores de cerejeira, o tilintar de porcelanas chinesas. Em O Poente, O Poético e o Perdido, Ana Cláudia costura com maestria partida e chegada. Talvez por isso terminemos de ler seu trabalho como se houvéssemos chegado a um determinado destino. E, acreditem, é um bom lugar para se estar.
Emerson Braga
19/01/2016
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Blog Palavra Prima, é para lá que eu vou
Quem chega aqui deve perceber que as postagens estão cada vez mais escassas. O motivo real é a criação, há mais de dois anos, de outro blog,...
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E quando pensei que minhas estações estavam findas, chegaste tu, já no meu outono. Fresca primavera, olhar de pura espera, me puxou pra si,...
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Meu primeiro livro acaba de nascer! "O Poente, o Poético e o Perdido" sai pela Editora Biblioteca 24 Horas, que possui uma propost...