Rendas, bilros,
Olê, mulher rendeira,
Que trabalha em seu rendar,
Enfeitando as vistas das gentes
Arcoirizando a vida
Em mil tons diferentes,
Olê, mulher rendá.
Pendurados na beira da estrada,
Entre areias e o vazio,
Seco e sol,
Fuxicos, rendas, bordados,
E bordadeiras em suas vidas infelizes
De vender beleza
Por alguns dinheiros.
No alto do morro, avistando o mar,
Toalhas de almoços
Para mesas ricas,
Puro linho, desenhado a mão,
Sutilezas sem preço,
Pedindo satisfação
Por sua exposição.
Suplicam que levem seus dias e noites
Trabalhados sem fim,
Penélopes por
necessidade,
Não por vocação,
Trazendo beleza
Nas delicadas flores,
No intrincado bordado,
No fino linho,
Mas com os olhos perdidos
Na imensidão.
Olê, mulher rendeira,
Olê mulher renda,
Tú me ensina a fazê renda,
E eu te ensino a verseja.
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