Feita de ideias e sonhos, venho construindo
castelos há milênios, surgindo e sumindo como a água some na areia da praia,
após se largar em onda e espuma. Feita de ideias e sonhos, dou movimento á
histórias que já morreram, dou alma à quem perdeu a sua, em alguma vida de
segunda classe.
Bailo pelas memórias alheias, catando fragmentos
de histórias, descrições de sensações, cacos de sentimentos, desconstruindo cá
e reconstruindo acolá fantasias que caibam em qualquer ser humano que ainda
possua humanidade em si. Pois que ser humano é condição de nascença, mas ter
humanidade necessita de cultivo e cuidado por parte do vivente.
De imagens simples faço nascer inspiração para que
a beleza cresça e se reproduza. Trago lágrimas aos olhos de quem se encontra
comigo, pois toco suas almas, desnudo suas fraquezas e os faço perceber o
tamanho de suas grandezas, teimando em viver, e viver e viver.
Muitas vezes solitária, me satisfaço em estar no
tudo e no nada. Quem me alimenta é quem de mim se sacia. Eis meu movimento,
ciclo interminável, movimento do infinito, rito iniciático, flor no firmamento.
Gerando e sendo gerada, dou e recebo sem ganhar nem gastar nada.
Sou feita de ideias e sonhos. Vivo no coração dos
homens que vivem, renasço no coração daqueles que são tocados, morro com
aqueles que se perdem, se desfazem em mil pedaços. Sou feita de gaze, de seda,
de éter, sou a mãe de todos os que permanecem. Meu nome? Esperança...
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