Emerson Braga é um amigo de letras especial. Escreve bem demais, e me surpreendeu com uma bela resenha sobre o meu livro no seu blog Embusteiro Viajante. Confira aqui o que ele diz, e visite o blog.
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O POENTE, O POÉTICO E O PERDIDO
Partida e chegada nos parecem palavras antônimas, não é mesmo? Porém, na antologia poética da talentosa escritora Ana Cláudia Marques ― o livro O poente, o poético e o perdido ― os dois vocábulos se complementam, interagem em uma simbiose alimentada por pranto e riso: Deslocamento no tempo e no espaço que mistura as lembranças da autora às nossas próprias reminiscências.
Ana Cláudia nos apresenta versos que trazem a marca intimista dos diários secretos, das verdades inconfessas que guardamos sob o sorriso social que tantas vezes disfarça e negligencia o que por dentro corre caudaloso. Muitas vezes, a superfície calma esconde tormentas, tremores, ressacas. O que não impede belíssimos dias de sol em tantos de seus poemas.
De todos os gêneros literários que a poeta poderia ter se valido para relatar suas vivências, sem dúvida a poesia foi o veículo mais acertado. Apenas a poesia é capaz de nos trazer o perfume das flores de cerejeira, o tilintar de porcelanas chinesas. Em O Poente, O Poético e o Perdido, Ana Cláudia costura com maestria partida e chegada. Talvez por isso terminemos de ler seu trabalho como se houvéssemos chegado a um determinado destino. E, acreditem, é um bom lugar para se estar.
Emerson Braga
19/01/2016