sábado, 12 de janeiro de 2013

TESTAMENTO


Hoje me voltou a gana
De verter poesia.
Abri minhas veias
E suaves areias
Formaram praias
Onde escrevo com gravetos
E as ondas não chegam
Para levar as palavras...
Registro de passos,
Pensamentos e sentimentos.
Registros de pequenos pedaços
De alegrias, sorrisos,
Bons momentos.
E vejo que minhas palavras
Vão no vento.
Chegam em terras estrangeiras,
Com castelos, neve, outras praias,
Lugares de czares, de reis e de caubóis.
Queria saber se nestas terras
Chega o sol que aqui me banha
Ou se outro sol arde,
Outros arrebóis...
A visão fica mais leve
Quando penso que o que escrevo
Não sumirá no espaço
Quando eu morrer,
Findar,
Parar de gerar
Meu próprio compasso.
Mas quando morrer,
Veja bem,
Quero ir-me embora
Envolta em redes
Plenas de palavras
Que me falem
Do teu abraço...
E deixando cá
Meu testamento
Já me desfaço.

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