E eu,
Que me encontrei
Dentro daquele silêncio
Presenciei tua alma antiga
Empunhando um tinteiro
Que te remetia
A outra vida,
Outros tempos
E outros lugares.
Pressenti
Dores e estranhamentos,
Mistérios sem nome,
Porque nomeando-os
Poderia revela-los.
Saturno
Mudou de órbita
E por isso
Tú, alma antiga,
Caminhas
Empossada de um corpo,
Entre os viventes.
Te prendes às letras,
Aos livros;
Frases soltas
Encalhadas em ti.
Alma alimentada,
Mas nunca saciada
Com as brumas de sonhos alheios.
Pertences ao abissal,
Ao silêncio,
Camélias antigas
E bucólicas paisagens.
Teu espírito
Encontrou calma
Na companhia de outro
Que ternamente
Te compreende.
As cortinas do tempo
E do espaço
Abriram e reabriram
Umas tantas vezes
Até que se encontrassem,
prometidos que estavam
a caminharem juntos.
Cada qual amparando
O outro,
Mas respeitando
Sua particular
História.
Nenhum comentário:
Postar um comentário