quinta-feira, 5 de junho de 2014

ESSÊNCIA



Transbordaram palavras alheias... mais do que as
minhas. Vazei reticências por não saber completá-las! Fitei o vazio... permite o silêncio e assim me fiz infinita. Encontrei teus olhos nos meus - distancias interpenetradas, inexistentes - num átimo de segundo. Meu mundo naquele instante: alterado.

Referências perdidas, vidas atrás de outras vidas, e eu já não mais existia, não habitava o que sou; outro tempo me tomou de assalto. Reconhecimento de portais entreabertos, vazando sincronicidades. Saudades do que não sei, ocaso olvidado e querido, véus.

Mas o fato, o concreto, se alojou neste corpo alerta, ciente. Minha verdade não me salva, ela me alerta. Minha alma se põe em antigas vestes, em outro tempo, cabelos longos, um quente vento, no xale envolta. Mas você é presente. Entrelaçam-se as palavras, as reticências, o reconhecimento.

Daquele vento e tempo, não mais notícia. Destes teus olhos, marca de gado em minha alma, a consciência. Mil vidas passam, e nos entreolhamos. No antes e agora, a mesma essência.

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