quinta-feira, 5 de junho de 2014

O QUE NOS FALTA ou COMO NÓS SOMOS RIDÍCULOS

Diariamente pego meu filho na escola de carro, vindo do trabalho. Ruas de bairro, antes tranquilas, hoje são tomadas por congestionamentos cansativos, devido aos novos prédios que a prefeitura aprova, aumentando o contingente de moradores locais. Dizem que o progresso é inexorável, e até concordo, mas  sempre acho que ele deveria vir junto com uma boa dose de educação.
Me explico: as pessoas não se respeitam mais. Realmente somos a geração ‘do próprio umbigo’. Como numa selva, ou num destes ‘reality show’, é cada um por si, Deus por todos. Por este motivo, hoje eu usei um item aposentado em meu carro: a buzina. Meu filho até se assustou...
Da primeira vez, ao virar a esquina numa rua de duas mãos, sempre movimentada por dar acesso a um cruzamento importante. Havia três carros á minha frente, parados, e na mão contrária, uma senhora com o carro parado em frente a própria garagem, saindo, aos berros, do veículo. Sem visão nenhuma, pensei que houvera colisão, quando percebi que estávamos parados ali para que ela brigasse com o motorista do carro que não lhe deixara sair de casa. Evidente que o apressado motorista que vinha na minha mão preferira tentar passar rapidamente, sem esperar meio segundo para que a moradora saísse de sua casa. Ele estava errado. Mas quando a mulher desceu do carro para bater boca, parando o tráfego nos dois sentidos, ela perdeu a razão. E então eu buzinei, acompanhada por uma sinfonia. Eles saíram do meio, e para meu espanto, a rua estava toda livre. Eles haviam causado todo aquele transtorno devido aos egos inflados!
Segui em frente, cruzei a avenida e entrei no meu bairro. Logo nos primeiros quinze metros escutei a buzina do carro a frente. Pais parando em frente á escolinha dos filhos em mão dupla, numa rua onde mal passam os dois carros. Fui adiante; virei a esquina, e uma madame em seu carrão brecou no meio da rua, para comprar frutas de um vendedor ambulante. Parei eu, o carro que vinha virando atrás – quase batendo em minha traseira - e  outro que já virava a rua. A dondoca já baixava o vidro, para realizar as compras, quando eu usei, de novo, a buzina. Ela não se mexeu... usei novamente, amparada pelos outros carros. Ela então encostou o carro, e, ao invés de xingá-la, gritei: respeito com o próximo!!!


E é isto o que falta: respeito com o próximo, delicadeza com aquele com quem compartilhamos a rua, a calçada, o mercado... pessoas correndo para passar na frente de outras na fila, mesmo vendo que a pessoa já estavam se dirigindo para lá, como moleques. Escutei numa palestra de Dulce Magalhães, no sábado: “como nós somos ridículos!”. Assino embaixo. Somos mesmo. E selvagens. Fommm!!

3 comentários:

  1. Se Deus me tirar a buzina eu piro.
    É com ela que tenho tentado educar essa gente que vem pegando contra-mão para passar na frente de quem enfrenta galhardamente a fila do farol de retorno, e é ela que me ajuda a protestar quando os mal-educados de plantão vêm cortar pela direita, enfim...
    Tenho percebido que cada vez mais pessoas têm protestado com suas buzinas contra os espertalhõezinhos em seus carrões que cortam a nossa frente no farol de retorno em frente à 2001 da Washington Luís. Estou fazendo escola, com orgulho.
    Avanti, poppolo!

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  2. Me diverti, claro que esse seu texto tem dois lados, duas possibilidades, dois olhares. Cada qual vê o mundo a partir de si mesmo, sempre. E nesse caso a palavra respeito emperra... rs

    bacio

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    1. é claro, Lunna, Pois pedir respeito ao próximo e tacar a buzina não fazem parte da mesma cartilha...rs. Mas o fato de que as pessoas agem sem pensar em quem vem depois faz com que tenhamos que ser incisivos, algumas vezes, com uma boa buzinada... bacio

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