sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
sábado, 14 de dezembro de 2013
LETRAS E MÚSICA, JUNTOS: DOIS SONHOS REALIZADOS EM DEZEMBRO

Além disso, um segundo sonho, o de apresentar minhas composições musicais, engavetadas há muitos anos, e atualmente em processo final de mixagem, pôde tornar-se realidade nestes mesmos dois dias. Revivi a emoção de pisar no palco novamente, após mais de vinte anos, acompanhada ao piano por meu amigo Maurício Bonanno, no dia 06. E toquei ao violão algumas delas no dia 07, no sarau Plural de 2.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
MARIA BONITA
foto by Dani Hiro. |
Ah! eu queria ser,
de todas as Marias,
A maria bonita...
Eu queria ser
somente
A tua maria.
Mas não adianta,
O mundo não é
vontade minha.
E não será verdade
Eu ser tua maria,
E esta vontade
louca
De beijar tua boca
E ficar contente...
Eu queria ser
Tua maria bonita,
Que fizesse só
tuas vontades
Mansa e
loucamente.
Mas que grande
pretensão!
No mundo há tantas
marias
E eu nunca seria a
tua,
José, a tua
maria...
Só porque você,
com certeza,
Não me quereria
Prá tua maria,
Só tua, bonita,
t/ao louca e tão
submissa, você é tão machista,
meu José amado.
Olha, eu só queria
ser
A maria bonita
Dos teus olhos
verdes
E dos teus
sorrisos
Tão bem
retribuídos...
Você é tão
machista,
Mas é tão manhoso,
Meu josé formoso,
Beijos de
Maria.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
DIZEM QUE AMAR DÓI...
Dizem que amar dói. Amar só dói quando é amor preso. Entalado,
amarrado, amedrontado em aparecer. Amar é fortalecer o espírito, carregar em si
a força de ser melhor, e fazer o melhor pelo outro.
Dizem que amar dói. Amar só dói se os braços estão
impedidos de abraçar, as mãos de acariciar, limpar as lágrimas, o colo de dar
guarida a quem precisa. Amar não dói. O que dói é represar gestos e sentimento.
Dizem que amar dói. Amar só dói se a palavra fica
parada na garganta, se o beijo não se apresenta, se a palavra doce se mistura
com a ironia, se o olhar se perde e se desvia, para não denunciar a emoção que
se anuncia.
Dizem que amar dói. Amar só dói se o gesto do afago
fica no ar, a intenção do amar se afogando em quereres, o corpo latejando como
choro contido, torneira pingando, pingando, não dando sossego. Amor amarrado na
própria pessoa.
Dizem que amar dói. Amar só dói se o desejo e a ação
não são a mesma coisa. E isto acontece desde que o mundo é mundo, faz nascer
histórias, faz doer memórias. Amor dói no passado presente, no presente
imperfeito e no futuro não anunciado. Peço
coragem para que o amor não doa mais, daqui pra frente, liberto de todos seus
fardos.
CHORO
Choro por dentro
todas as impossibilidades. Retas não são curvas, a presa não é livre, as
recíprocas não são verdadeiras. Amores não são bilaterais; loucuras tampouco. A
raiva não é um sentimento subjetivo, e não pode ser silenciada antes de ser
identificada. E silenciá-la nem sempre é o que queremos, quando um pescoço
mereceria ser torcido.
Choro por dentro
todas as descrenças. Quando todos os seres que povoaram nossa infância se
esvaem em fumaça, frente a gritante realidade de centenas de bons velhinhos
perambulando, versus crianças que nunca viram um presente em suas mãos. Quando filhos
vem pedir, implorar aos pais que confirmem que os sonhos existem, tristonhos
por terem se confrontado com o cotidiano seco e árido em que habitamos. E os
pais choram com os filhos a perda da ilusão.
Choro por dentro
pelos desamores. Por todos os momentos em que nos sentimos traídos pelas
pessoas, quando percebemos que sermos bons não nos traz absolutamente nada, e
que a grandeza de fazer sem esperar do outro é algo mais ficcional do que o bom
velhinho do parágrafo acima. E já acuso: quem disser ao contrário ou é santo,
ou é falso.
Choro os grilhões
que nos assolam. Clichês, contratos, dogmas, regras sociais, que nos impedem de
abraçar com a vontade que temos, de darmos o alento que é necessário, soltarmos
a palavra que nos fere por dentro, pássaro se debatendo na gaiola, símbolo que
não pode chegar ao interlocutor. Muita gente morre disso, eu sei, eu já vi. Morre
engasgado em suas próprias paixões e quereres reprimidos.
Choro tudo o que não
podemos ainda ser, fazer, ter, choro não podermos nos perder. Porque a razão
fala mais alto que os loucos a nos sussurrarem em nossos ouvidos, e a razão nos
traz a vara de condão que nos transforma em simples manequins. Os loucos se
mudam, impedidos de serem felizes, e se enforcam de ponta cabeça.
Hoje tentei manter a
esportiva, mas tive que chorar um pouco. Afinal, mais um pouco de minha
inocência e boa vontade morreu, junto com o que eu conhecia como ética e bons
costumes. Me afogo nas palavras, ópio da alma, e espero que a ressaca da alma
não me dê dor de cabeça. Amém.
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