Saberia ainda
Ter a pureza,
A inocência
Da infância?
Meus pensamentos,
Há muito foram violados;
O sentido do que é bom,
Deturpado,
A criança,
Há muito se enterrou.
Idéias, valores, política,
Tudo o que me ensinaram
Em criança,
Caminha contra
Os preceitos que vivencio
Em adulta.
Talvez por isto
Exista o verbo adulterar...
Se ressuscitar os valores infantis
Morrerei na selva adulta;
Se me guiar pela conduta vulgar,
Perderei meu eixo no mundo.
Se posso ver aos dois lados,
Por que raios
Não posso seguir minhas leis
E habitar o mundo?
Indignação profunda da criança prestes a apanhar.
Tão presa às regras,
Tão temente a Deus,
Vou me deixando escravizar,
Com medo de sacrificar
Os meus.
Em criança, o pecado,
Em adulta, o destino,
Ao morrer será que Deus
Estará satisfeito comigo?
São indagações que me faço,
Enquanto eu mesma
Me persigo.
Anti-heroína
Dos dois lados,
Brigando
Para defender
A posição
Em que não me sinto.
Meu eu, tão procurado,
Também está brigado comigo,
Pois não lhe sacio as vontades,
Não lhe solto em seu destino.
Estou amarrada de todo o lado
E ainda assim me obrigo a sorrir,
E a dar por findo
Meu dilema,
Meu crime e castigo.
sábado, 1 de outubro de 2011
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