quinta-feira, 12 de abril de 2012

A CHUVA E EU


Cai a chuva

lava o chão

o cimento

o tormento

minhas mãos.

Cai a chuva.

Silente

Também chovo

Mesmo que não haja

Esta conjugação.

Não me movo

Mas em meu dentro

Interiormente escondido

Há um riacho

Se formando

Com a chuva

Que cai

Com a tristeza que sai

Com a vida que vai

De roldão.

Chove lá fora

Como na canção de outrora

E me rasga o peito

Este meu sem jeito;

Minha danação.

Já namorei a morte,

Já me fui com o vento,

Me expus sem medo,

Já sofri degredo...

Mas de tudo

E em todo tempo

Só a chuva me comove

Pois percebo:

Seu fluir de água

Me define,

Pois ainda sou

Clara, calma,

E deixo as marcas

Aonde passo.

E, como chuva

Que no âmago sou

Também afugento

A quem abraço.

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