Estou a espera.
De quem, já nem sei mais.
Estou a espera
De qualquer manifestação.
Estou a espera, silente,
Porque já não há sentido em falar.
Estou bem em mim,
E este meu bem estar
Não se incomoda, se de todo modo,
Eu ainda quiser esperar.
Não perco o centro,
Só lembro o sentimento.
Vivo e vibro,
Mas para tudo se completar,
Só me resta esperar.
Não sou insana,
Sei o que vivi,
Sei dos olhos,
Sei do tato,
Sei do que senti.
E, na vida,
Isto é o que importa, de fato.
Por isso, espero.
O silêncio e a ausência
Somente me falam
De limitações,
E não de falta de emoções.
Compreendo.
E espero.
Porque estar verdadeira, em mim,
Me faz acreditar
Em tudo o que vejo,
Em tudo o que sonho,
Em tudo o que intuo.
E nem a espera, nem o outro,
Far-me-ão desistir
De mim.
Por isto estou a espera.
Estive silente,
E pediram que eu falasse.
Quando finalmente falei,
O choque foi imenso
E a eloquência tão comum,
Deu lugar ao silêncio.
Por que as pessoas perguntam
Se não querem ouvir a resposta?
Por que as pessoas desenterram então
Situações há tanto mortas?
Quando ressuscitam os fantasmas
Correm deles, em contradição.
Antes corressem para eles,
Que tranquilos estavam
Em seu sono de morte,
Do que abandoná-los,
Agora ressuscitados,
Assim, a própria sorte...
Por isso, fantasma que sou,
Ressuscitada porém,
Mantenho a espera, confusa,
Sem saber bem, de quem...
sabemos que acontecerá, só não sabemos o quê. Beijo
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