quarta-feira, 18 de abril de 2012

A ESPERA


Estou a espera.

De quem, já nem sei mais.

Estou a espera

De qualquer manifestação.

Estou a espera, silente,

Porque já não há sentido em falar.

Estou bem em mim,

E este meu bem estar

Não se incomoda, se de todo modo,

Eu ainda quiser esperar.

Não perco o centro,

Só lembro o sentimento.

Vivo e vibro,

Mas para tudo se completar,

Só me resta esperar.

Não sou insana,

Sei o que vivi,

Sei dos olhos,

Sei do tato,

Sei do que senti.

E, na vida,

Isto é o que importa, de fato.

Por isso, espero.

O silêncio e a ausência

Somente me falam

De limitações,

E não de falta de emoções.

Compreendo.

E espero.

Porque estar verdadeira, em mim,

Me faz acreditar

Em tudo o que vejo,

Em tudo o que sonho,

Em tudo o que intuo.

E nem a espera, nem o outro,

Far-me-ão desistir

De mim.

Por isto estou a espera.

Estive silente,

E pediram que eu falasse.

Quando finalmente falei,

O choque foi imenso

E a eloquência tão comum,

Deu lugar ao silêncio.

Por que as pessoas perguntam

Se não querem ouvir a resposta?

Por que as pessoas desenterram então

Situações há tanto mortas?

Quando ressuscitam os fantasmas

Correm deles, em contradição.

Antes corressem para eles,

Que tranquilos estavam

Em seu sono de morte,

Do que abandoná-los,

Agora ressuscitados,

Assim, a própria sorte...

Por isso, fantasma que sou,

Ressuscitada porém,

Mantenho a espera, confusa,

Sem saber bem, de quem...

Um comentário:

Blog Palavra Prima, é para lá que eu vou

Quem chega aqui deve perceber que as postagens estão cada vez mais escassas. O motivo real é a criação, há mais de dois anos, de outro blog,...