Ouço a balbúrdia de vozes.
No meio de tudo,
O silêncio é diferente.
Na rua, apressados passam
Transeuntes, policiais, biscates.
Papéis soltos voam,
O vento os projeta
longe.
Meus passos, apressados,
Dão o ritmo desta cidade.
Meu espírito, no entanto,
Vaga tranquilo, vagaroso,
Por entre sebes de pinheiros,
estradas de barro
estradas de barro
E casas gentis.
Neste lugar
Onde minha’lma mora
O candeeiro ilumina a noite
Borrada de estrelas.
Neste lugar onde repouso
Não chega a balbúrdia
Nem a pressa.
O sol brilha,
E se infiltra nos edifícios
Que se quedam, inertes:
A vida transpassa os signos,
Extrapola a carne
E os movimentos.
A vida me leva longe
Além do meu ritmo,
Além do tempo escasso.
E o silêncio, ah! O silêncio
Tem o calor de um abraço.
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